08 / 07 / 2025 - 11h45
Adolescente de 17 anos morre espancado em Manaus; suspeita é de crime motivado por homofobia
A família do adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, morto após ser espancado em Manaus, denuncia que o crime teve motivação homofóbica. A agressão ocorreu na última quarta-feira (3), quando Fernando reagiu a ofensas feitas por suspeitos que, segundo os familiares, já praticavam bullying recorrente contra ele.
 
Fernando morreu no sábado (5) em decorrência dos ferimentos. Ele sofreu edema cerebral, traumatismo craniano e hemorragia craniana, segundo o boletim de ocorrência.
 
Em entrevista à TV Norte Amazonas, afiliada do SBT, o irmão da vítima, Gutemberg Vilaça, relatou a dor da perda e descreveu o adolescente como uma pessoa tranquila e generosa.
 
"O que fizeram com meu irmão não se faz nem com bicho. Todos conheciam ele. Ia da escola para casa. Queremos justiça, queremos que ele não seja só mais um!", afirmou.
 
Nas redes sociais, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) lamentou o caso e confirmou que protocolou um pedido ao Ministério dos Direitos Humanos para acompanhamento oficial.
 
"É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de 'viadinho'", escreveu Hilton no X (antigo Twitter).
 
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas (OAB-AM) também lamentou o caso e destacou que, em 2022, Manaus registrou o maior índice de mortes violentas contra pessoas LGBTQIAPN+ em todo o país.
 
"Esta comissão externa expressa solidariedade, apoio e estende as mãos à família do adolescente. Destacamos a necessidade urgente de reflexão por toda a sociedade amazonense diante do cruel massacre à população LGBTQIAPN+ vivido nos últimos tempos", afirmou a entidade.
 
Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lamentou a morte de Fernando e afirmou que o ato atenta "diretamente contra os fundamentos constitucionais da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da liberdade". A pasta também reforçou que crimes de LGBTQIAfobia foram equiparados ao de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
 
"O MDHC reforça seu compromisso com a defesa da vida e dos direitos das pessoas LGBTQIA+ e com o enfrentamento à violência motivada por ódio, preconceito e discriminação. Nos solidarizamos com os familiares de Fernando Vilaça da Silva, colocamo-nos à disposição para acompanhamento do caso e informamos que os encaminhamentos cabíveis já estão sendo realizados junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos", disse o MDHC.
 
 
Fonte: Sbtnews
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